sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Atenção para os produtos que estão sendo utilizados

Em primeiro lugar, peço desculpas por ter ficado ausente tanto tempo, mas estive envolvido na organização de um evento para as desinsetizadoras.

Mas agora estamos de volta.

Hoje gostaria de falar um pouco sobre um assunto que as pessoas geralmente não dão a importância que deveriam, por isso creio que seja tão relevante falar sobre o assunto, mesmo que várias empresas já estejam atentas a isto.

Existe uma regulamentação da ANVISA específica para empresas de controle de pragas, que praticamente todos já devem ter ouvido falar, que é a RDC 18, de 29 de fevereiro de 2000, e que eu particularmente recomendo a todos que conheçam.

É esta regulamentação que exige a confecção de POPs (Procedimentos Operacionais Padronizados) pelas empresas controladoras de pragas, por exemplo. Isso já está vigente desde o ano 2000 e pouquíssimas empresas cumprem as exigências dos POPs e outras que fazem parte desta regulamentação, como as informações que devem constar no comprovante de serviço.

Mas a parte que eu gostaria de abordar hoje é a que fala sobre os tipos de produtos que podem ser utilizados no controle de pragas urbanas. Diz a regulamentação:

“4.5 – Somente poderão ser utilizados os produtos desinfestantes devidamente registrados no Ministério da Saúde e o responsável técnico responde pela sua aquisição, utilização e controle.”

O que me chamou a atenção é que tenho visto algumas pessoas adquirindo para suas empresas produtos com registro para uso agrícola ou até mesmo veterinário (registrados no Ministério da Agricultura).

Caso haja alguma fiscalização nestas empresas, elas podem estar em sérios apuros, já que a lei é bem clara quanto a isto. O produto DEVE ser registrado no Ministério da Saúde.

Alie-se a isto o fato de que o Código Civil vigente classifica como crime contra a saúde pública a indicação ou uso de produtos deste tipo diferente da indicação técnica descrita no rótulo do produto, seja no objetivo do uso, dosagem ou qualquer uso diferente do que foi especificado. Isso é considerado um crime hediondo pelas nossas leis.

Então por favor, não façam uso indevido de produtos. Vocês estão se arriscando sem razão. Há uma ampla gama de produtos no mercado registrados no Ministério da Saúde para os mais variados fins.

E mais um alerta: veja que o item 4.5 da RDC 18 diz que o responsável técnico é quem responde pela aquisição, utilização e controle dos produtos. Se você for o responsável técnico de alguma empresa de controle de pragas, esteja atento aos produtos que estão sendo adquiridos e utilizados.

Esta questão da legislação a respeito dos produtos que podem ser utilizados é de extrema importância para as empresas de controle de pragas. Não poderia deixar de lançar este alerta aqui para que vocês possam estar atentos a isto.

Para encerrar, vou começar a me referir às suas empresas como PCO – Pest Control Organization, que significa Empresas de Controle de Pragas, é uma terminologia já bastante utilizada entre os fabricantes de domissanitários e em mercados mais avançados, como em SP e RJ.

Pessoal, era isto. Qualquer dúvida entrem em contato.

Grande abraço e bons negócios!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Que produto devo usar? Critérios importantes na escolha do produto.

Em primeiro lugar gostaria de me desculpar por ter ficado duas semanas ausente. Eventualmente isso acontecerá, pois ocorrem picos de demanda em outras atividades, mas eu procurarei escrever religiosamente todas as semanas.

Refletindo sobre esta questão que tenho sempre visto como presente entre os gestores de empresas de controle de pragas e responsáveis pela compra dos produtos, resolvi hoje escrever sobre o assunto: como decidir entre diferentes produtos a serem utilizados no controle? Leia até o final, mesmo que o começo fique meio chato, pois creio que o conceito que vou apresentar pode fazer a diferença na sua empresa. São sete passos que devem ser compreendidos.

O custo é apenas uma das dimensões a serem analisadas. Outras dimensões que devem gerar uma preocupação tão importante quanto o custo seriam a legalidade do produto e da sua finalidade de uso, a eficiência do produto utilizado, a duração do seu efeito, seu rendimento e seu impacto no ambiente, por exemplo. Estes seriam os principais fatores a serem avaliados na escolha do produto.

Com isso você já pode ter uma noção de que o preço do produto não deve ser o único quesito a ser avaliado, mas vamos explorar um pouco mais a fundo estas questões.

Por exemplo, se usarmos um produto muito barato, mas ao mesmo tempo extremamente perigoso para o meio ambiente, será que estamos sendo corretos? Provavelmente não estamos computando o custo ambiental na seleção deste produto. Ou se usarmos um produto que não tenha registro no Ministério da Saúde, ou que esteja registrado para outro uso ou com dosagem diferente da que estamos usando, estaremos incorrendo em crime contra a saúde pública, pelo novo Código Civil.

Pois então creio que devemos começar a análise por itens classificatórios, como por exemplo:

1. O produto está registrado no respectivo órgão regulador? (geralmente Ministério da Saude)

2. O uso que pretendo dar a ele está de acordo com o as instruções do rótulo?

Veja bem, se a resposta a qualquer uma destas perguntas for "não", considere não utilizar este produto para a situação que você tem em mente. Ele pode até ser ótimo para outras finalidades, mas não para o que você quer. Atenção especial para a questão do registro. O produto tem que ter registro.

3. Qual o impacto do uso deste produto no meio ambiente?

4. Qual a forma e o tempo de ação do produto?

5. Se você já realizou algum teste, que resposta tem tido?

Estas três questões são mais subjetivas, não há como dizer que a resposta tem que ser esta ou aquela. As respostas simplesmente devem ser analisadas e comparadas para ir selecionando o produto. Mas a questão-chave que eu queria apresentar, que é uma análise que praticamente nenhuma empresa faz, é a que eu vou apresentar abaixo.

Para responder a ela, é preciso saber além do preço, a dosagem do produto e a área que esta dosagem permite tratar. Esta questão é crucial, e por causa dela, as empresas que não a analisam podem comprar um produto que o preço de 1 litro é mais barato, mas que no final das contas acaba custando mais caro, por causa da dosagem e da área que esta abrange. Na realidade o que estou sugerindo é que a escolha do produto seja feita numa análise de custo/dose/m2.

6. Qual o custo/dose/m2 dos produtos que chegaram até esta etapa?

Como calcular isto? Digamos que você comprou 1 litro de produto que custou R$ 100,00. Você olha a dosagem, que diz o seguinte: 100ml para 10 litros de água, aplicar em 200m2. O custo/dose/m2 deste produto é R$ 0,05/m2.

Explico. Se 1 litro custa R$ 100,00 e você tem que dosar o produto com 100ml, cada dose custa R$ 10,00 (10 doses X 100ml = 1 litro = R$ 100,00). Pois bem, se uma dose custa R$ 10,00, e deve ser aplicada em 200m2, então o custo/dose/m2 é de R$ 0,05/m2 (divida o custo da dose pela área). Simples, não? Pois agora você já sabe qual a melhor maneira de ver quanto lhe custa um produto e usar isto na sua decisão.

E agora a etapa que realmente vai decidir. Se durante todos estes passos você ficou entre 5 produtos, no passo 6 você terá uma idéia de custo real. Agora a próxima etapa é uma análise qualitativa. Você encontrará diversos custo/dose/m2. Mas ainda não descarte nenhum por ser maior ou menor, simplesmente analise quanto aos atributos de qualidade que você deseja. Por exemplo, tempo de efeito residual, nível de controle que propicia, e outros que você julgar interessante. No final das contas, você vai descobrir que muitas vezes aquele produto que você achava que 1 litro custava muito caro, na realidade não custa tão caro assim. Ou seja:

7. Analise o custo/benefício de cada um dos produtos, comparando entre eles seu custo/dose/m2 com os atributos qualitativos que você deseja.

Aliás, conforme alguns testes que fiz aqui, os custos de produto giram algo em torno de 4% a 10% do custo do serviço, dependendo dos produtos utilizados, o que é relativamente baixo se contar que a qualidade do produto influencia muito no resultado do serviço.

Eu acredito que com isso você vai ver que o custo entre comprar um produto baratinho e de qualidade duvidosa, que eventualmente dê algum problema, ou usar um produto de valor ligeiramente maior mas que seja confiável não compensa o risco de perder a credibilidade que você tem com o seu cliente.

Por favor, não abreviem o método usando apenas o cálculo que eu descrevi. As análises qualitativas são tão importantes quanto o cálculo do custo que eu sugeri, e através destas pode-se até mesmo no final optar por um produto de custo maior ou intermediário, tendo em vista os benefícios que ele oferece. Por isso usei a palavra custo-benefício. Mas geralmente a diferença de custo após o cálculo tende a ser pequena.

Estou querendo fazer uma planilha que ajude nestes cálculos, se alguém se interessar envie um e-mail para o endereço que está aí em cima à direita solicitando.

Bem, pessoal, ficou um pouco extenso mas eu creio que o assunto é bem importante para todos. Não deixe de conferir os eventos aqui no blog, também na barra da direita.

Bons negócios e até a próxima semana.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Lidando com a variabilidade no controle de pragas

O mundo em que vivemos é essencialmente probabilístico. Não se sabe com certeza, por exemplo, apesar das previsões (que muitas vezes estão erradas), como será o tempo amanhã. Fará chuva? Fará sol? As previsões até acertam um pouco em curtos espaços de tempo, mas à medida em que o horizonte de tempo aumenta, aumenta também as chances de erros.

Outros exemplos... Quando você faz uma refeição utilizando uma receita para 4 pessoas, às vezes sobra um monte de comida, outras vezes dá bem certinho. Porque isso? Simplesmente porque essa quantidade não é determinística (cada pessoa come 300g de comida), mas sim probabilística (em média, as pessoas comem aproximadamente 300g de comida - se algumas pessoas costumam comer bem mais, essa média pode subir).

Algo que é fabricado também tem a sua variabilidade, e esta é uma das principais lutas em muitos meios de produção: estabelecer um padrão para os produtos. Por exemplo, uma fábrica de veículos produz 150 automóveis por semana. Apesar de o veículo ser bastante padronizado, há uma razoável variabilidade, pois alguns dos veículos podem apresentar problemas no motor, outros não. Um padaria, por mais que tente, não consegue produzir pães milimetricamente do mesmo tamanho e peso. Há uma variabilidade, portanto são eventos probabilísticos.

Eu li um artigo na internet que fala que o controlador de pragas está numa situação muito delicada. Ele lida com insetos (agentes biológicos, com comportamentos probabilísticos), utilizando inseticidas (os quais não tem controle sobre a produção, que como tudo o que foi falado, possui uma variabilidade inerente), em ambientes sobre os quais não controla as condições (clima, higiene, condições de habitação pelas pragas, etc.).

Ora, a variabilidade existe no mundo, e isso não podemos mudar - até certo ponto. Podemos sim, tentar manter esta variabilidade dentro de padrões aceitáveis. E isso não é uma escolha, é uma necessidade. Quer ver? Imagine que você vai comprar um carro e o vendedor muito honestamente, diz que aquele tipo de veículo apresenta problemas nos freios em 2% dos casos, e não há como diagnosticar, o problema simplesmente acontece de uma hora para outra. Você vai comprar aquele veículo, apesar de o percentual de problemas ser relativamente baixo? Outro exemplo: seu cliente quer que você faça um serviço de desinsetização e você diz que nem sempre funciona, às vezes tem que refazer. Você acha que ele vai fazer o serviço? Mesmo que você faça um repasse para resolver o problema, o cliente pode (ou não, olha a variabilidade de novo) não gostar disso e riscar o seu telefone da agenda dele.

Portanto, para um controlador de pragas ser bom mesmo, deve minimizar os riscos probabilísticos inerentes à atividade. Vamos por partes.

A variabilidade sobre o comportamento dos insetos: Você deve conhecer ao máximo os hábitos e biologia dos insetos com que está lidando, para ter uma maior chance de êxito no controle. Isso não vai garantir nunca que você estabeleça um método que possa ser utilizado em 100% dos casos, mas vai ser bem próximo disso. Eventualmente podem aparecer pontos fora da curva, insetos que estão se comportando de forma ligeiramente diferente e isso está dificultando o controle, mas serão casos mais isolados, em menor número, e você pode lidar com eles de forma mais específica. Mas o importante é abranger o maior número possível.

A variabilidade sobre o inseticida utilizado: Não adianta, alguma variabilidade no processo produtivo sempre vai existir. Em alguns casos mais, outros, menos. Por isso, neste item é fundamental que você tenha uma atenção especial. Escolha produtos de empresas que garantam a qualidade do produto, que lhe passem confiança de que o produto realmente funciona. Isso é muito importante. Até agora falamos de inseticida, mas o mesmo vale para o raticida. A qualidade do produto é um item muito importante no controle.

A variabilidade do ambiente: Algumas coisas podem ser mais controladas, outras, menos. Por exemplo, um serviço de controle de insetos em áreas externas está mais propenso a sofrer ação do tempo (chuvas, vento, sol) do que em áreas internas. Mas você pode, em parceria com seu cliente, indicar ações que possam potencializar o controle que você está realizando, tais como tapar bueiros, colocar tampas em latas de lixo, etc., coisas que com certeza você sabe melhor do que eu, e que acabam propiciando as condições de existência de pragas no local.

Bem, pessoal, esta semana é isto. A questão da variabilidade está presente em praticamente tudo, e temos que buscar um controle sobre as principais variáveis que influenciem no comportamento probabilístico do controle de ser efetivo, para nos tornarmos melhores.

Em meios de produção se usam ferramentas estatísticas que auxiliam neste processo. No caso de serviço de controle de pragas, não é necessário apelar para isto, mas sim atentar para os principais fatores que afetem negativamente ou positivamente o controle.

Um grande abraço a todos!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Juvenóide? Que bicho é isso?

Inseticidas juvenóides são produtos que, como o próprio nome diz, atua sobre as fases jovens dos insetos. Também são conhecidos como IGR (Insecticides Growth Regulators - inseticidas reguladores de crescimento).

Os inseticidas comuns são geralmente considerados adulticidas, ou seja, atuam nas fases adultas dos insetos, e normalmente também, nas fases de larva, quando estas estão presentes no ciclo. É o caso, por exemplo, da mosca e da pulga. No caso estes insetos possuem ciclo completo: ovo, larva, pupa e adulto.

Outros já saem dos ovos em sua fase jovem, apenas crescendo e se desenvolvendo até chegar à fase adulta, sem sofrer metamorfose, mas sim ecdises, que é o nome dado às mudas de "casca" dos insetos. A medida em que vão crescendo, o exoesqueleto, que é esta "casca" feita de quitina, vai ficando apertada. Para continuar se desenvolvendo, eles precisam abandonar este exoesqueleto apertado e formar um novo, que permita o seu crescimento.

Por exemplo, as baratas, no caso dos insetos, e os carrapatos, no caso dos aracnídeos. Ambos são considerados de ciclo incompleto, pois não passam pelas fases de larva e pupa. Nestes, o que sai do ovo já é uma forma jovem (também chamada de ninfa), que vai crescendo e se desenvolvendo com o passar do tempo. Nestes, o adulticida age com mais facilidade em praticamente todo o ciclo, visto que na maioria dele o inseto está exposto à ação do inseticida.

Então os inseticidas adulticidas agem sobre formas jovens (ninfas ou larvas) e adultos. E os juvenóides, sobre as formas jovens (ninfas, larvas) e pupas. Dizem alguns que o juvenóide atua um pouco sobre os adultos também, não matando, mas fazendo com que tenham problemas para se reproduzir. Outros também dizem que atua sobre os ovos, assim como também já ouvi que estavam sendo divulgados estudos comprovando a atuação da lambdacialotrina (adulticida) em ovos. Mas como todo mundo comenta isso em off mas ninguém até agora comprovou nada, é melhor considerar que são possibilidades ainda não confirmadas.

Mas como esse tal juvenóide funciona?

O juvenóide de que estou falando inibe a formação de quitina no inseto, que é a substância que forma o exoesqueleto, a "casca" que o protege. Sendo assim, ele age diminuindo suas proteções naturais, durante as fases jovens (ninfas e larvas) e também na formação da pupa.

Um carrapato, por exemplo, desde a eclosão do ovo até o atingimento da fase adulta, sofre sucessivas ecdises (troca do exoesqueleto para acompanhar seu crescimento). O juvenóide não permite que se forme uma nova camada de quitina.

Já em insetos que possuem ciclo completo, ele faz com que o corpo da larva fique muito mole e acabe explodindo. Tive acesso também a um artigo [1] que avaliava a eficácia de um IGR no controle do mosquito da dengue, e que indicava os maiores percentuais de mortalidade nas pupas.

Mas então, se esse "troço" é tão bom, porque todo mundo não usa ele?

Bom, um dos principais motivos é que esse "troço" não é muito conhecido. Mas também tem outra razão: geralmente os produtos juvenóides são mais caros, quando geralmente o uso do inseticida adulticida por si só já é suficiente para efetuar o controle, porém a associação do adulticida com o juvenóide daria uma resposta mais rápida em situações mais críticas em termos de controle. Em contrapartida, geralmente a dosagem necessária costuma ser baixa, em comparação com a maioria dos adulticidas.

Então, acaba sendo, como sempre, uma questão mais estratégica. Na vistoria prévia devem ser avaliados o tipo de praga, o ambiente, as condições de higiene, entre outros, para estabelecer a melhor estratégia de controle.

Por exemplo, em situações de baixa população de pragas de controle relativamente fácil de ser resolvido com um inseticida adulticida comum, eu não vejo a necessidade de usar um juvenóide. Porém em altas infestações de pragas como pulgas, bicho-do-pé e carrapato, em áreas sujas ou arenosas, o juvenóide associado ao adulticida atuaria sobre praticamente todas as fases de desenvolvimento, tornando o controle populacional mais rápido. E nos casos destas pragas, em que seria necessária uma segunda aplicação, é bem provável que esta não precise do juvenóide, apenas do adulticida para fazer a manutenção do controle.

Vale ressaltar que o objetivo do juvenóide não é ser usado sozinho, mas associado a um adulticida eficiente, quando se entender que o juvenóide deve ser usado.


Importante: O juvenóide, por atuar sobre a formação de quitina, não deve ser aplicado em ambientes que tenham a presença de crustáceos, tais como água do mar ou rios que desemboquem no mar.

Semana que vem tem mais!

Abraços e bons negócios!

[1] RESENDE, Marcelo; GAMA, Renata. Persistencia e eficácia do regulador de crescimento pyriproxyfen em condições de laboratório para Aedes aegypti. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 39, n. 1, jan-fev 2006, p. 72-75. Disponivel em http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v39n1/a14v39n1.pdf

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Novamente sobre feijões...

Pessoal,

No dia 01/08/2008 coloquei um post alertando para que vocês tenham sempre muito cuidado antes de acreditar em qualquer bobagem que circula pela internet.
(http://xo-praga.blogspot.com/2008/08/no-acredite-em-tudo-que-ouvir-feijes.html)

Eu tinha escrito isso por causa de uma recomendação que uma profissional conceituada havia feito, de utilizar feijões crus como raticidas, porque eles não seriam tóxicos aos seres humanos e outros animais que não os ratos (afinal, nós comemos feijão quase todos os dias e muitas vezes damos as sobras para nossos bichos de estimação).

Pois o assunto repercutiu tanto, que além de chegar a mim para que eu escrevesse no blog, chegou também aos ouvidos (ou olhos) de outro profissional e pesquisador bastante conceituado, que deu um jeito de esclarecer tudo.

Em resumo, ele diz que existem algumas toxinas (na verdade proteínas danosas) são encontradas no feijão cru que atacam mamíferos monogástricos (que só têm um estômago, excluindo, por exemplo, os bovinos, mas incluindo neste grupo os humanos, caninos, felinos, roedores e uma série de outros). Depois de cozidos os feijões, estas proteínas são destruídas, por isto podemos comer feijão cozido sem sofrer nenhum problema fatal.

Ele também alerta para o fato de que por estas razões, seria extremamente perigoso utilizar os feijões crus, pelo risco de serem ingeridos por alguma criança, o que poderia, dependendo da quantidade, levá-la à morte.

Outra colocação interessante do pesquisador é que os ratos, por um instinto natural de proteção, não gostam de feijão cru... Isso dificulta um pouco o controle usando esta isca, já que no caso de iscas, a atratividade tem extrema importância.

Caso você queira verificar na íntegra o que este pesquisador escreveu, segue o link abaixo:
http://www.pragas.com.br/noticias/dstq_main.php

Um grande abraço a todos, bons negócios e até a próxima semana!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Expoprag 2008 - eu fui!

Como os leitores habituais já sabem, o objetivo deste espaço é trazer novidades ao mercado de controle de pragas.
A intenção é auxiliar os empresários do setor a terem uma preocupação com a profissionalização de suas empresas, pois é preciso acabar de uma vez por todas com a visão que muita gente tem de que controladores de pragas são "picaretas", pois a grande maioria não é.
A grande maioria são empresas sérias, preocupadas em se atualizar e prestar um serviço de qualidade aos seus clientes, e com isso crescer cada vez mais no mercado. Este é o caminho. Isto é um crescimento sustentável, diferente de fazer um anúncio em algum meio de comunicação de massa, fazer muitos serviços, mas depois, no final das contas, ter muito poucos clientes verdadeiramente fiéis e que indicariam o serviço a seus amigos.
Esta preocupação precisa estar presente na sua empresa! A profissionalização do setor é um passo muito importante neste sentido. Mas não é o único. Não pretendo entrar novamente no mérito da questão, até mesmo porque já falei sobre isso antes, mas a existência de uma associação ativa e forte também é muito importante para lutar por essa profissionalização.
Mas o assunto hoje é a Expoprag 2008, que ocorreu entre os dias 20 a 22 de agosto, em São Paulo. A feira é realmente muito interessante, apesar de apresentar relativamente poucas novidades em relação ao que já se conhece do mercado.

Mas é um espaço muito interessante para conhecer os fabricantes, estreitar o relacionamento com as pessoas que trabalham nas empresas que fabricam os produtos que você usa, e eventualmente conhecer algo novo que surge.

Se você já esteve presente num evento destes, sabe o que estou falando, se não esteve, recomendo que na próxima edição (em 2010 - a feira ocorre a cada 2 anos) você reserve pelo menos um dia para dar uma passeada pela feira.
Os principais fabricantes costumam marcar presença. Outra coisa interessante de se fazer, caso você tenha disponibilidade, é assistir às palestras do congresso.
Embora tenha contado com palestrantes que são referência nacional em controle de pragas, poucas palestras foram relevantes para pessoal de nível técnico mais avançado, no que tange à atividade. Entre elas, destaca-se uma palestra de formação de preços e outra de controle de carrapatos. Fora isso, também foram apresentados temas interessantes, como a avaliação de risco de inseticidas (mostrando como são feitos os cálculos de DL50 oral e dermal), mas que para uma desinsetizadora geralmente não agrega muito em termos práticos.
Outra que gerou uma reflexão bastante interessante foi a "Controle de Pragas no Século XXI e Seu Impacto no Meio Ambiente". Entre as coisas que foram apresentadas, destaca-se a observação de que hoje ainda muitas empresas tem uma grande preocupação com a contratação e treinamento dos funcionários, pois como ocorre muitas vezes, este pode vir a ser um concorrente amanhã. A controladora de pragas do século XXI não pode mais se dar ao luxo de ter a preocupação de esconder seus "segredos", pois os produtos que usa estão por força de lei sendo informados aos clientes ou quem quer que tenha acesso aos laudos. A internet também surge neste contexto com força, quebrando barreiras antes intransponíveis da disseminação do conhecimento. Nela, toda ou quase toda a informação está disponível para quem quiser usar.
Pensando um pouco sobre isso, e acho que tem um bom fundo de realidade nisso tudo, me reforça a crença de que sua empresa tem que ter um algo mais para oferecer para o cliente. Qual o seu diferencial competitivo? O que o faz melhor que seus concorrentes? O que seus clientes valorizam e que seus concorrentes não estão enxergando, a ponto de torná-lo melhor que eles? Creio que é esta a reflexão que deve ser feita.
Produtos bons estão ao alcance de todos da mesma forma, conhecimento técnico também, para quem se interessa em buscar. O diferencial então deve residir em algum serviço ou relacionamento especiais, algum valor agregado que somente sua empresa tem condições de fornecer neste momento. Neste momento, porque a concorrência vai tentar copiar assim que perceber o que está lhe tornando melhor. E então você terá que se reinventar e trazer outras novidades.
Bill Gates faz isso com a Microsoft, cada vez que lança uma nova versão do Windows. Ele supera o próprio produto com uma versão melhor - aqui sem entrar no mérito se é melhor mesmo ou não - tentando sempre fazer isto antes que a concorrência o faça.
Voltando à Expoprag, uma das melhores palestras que assisti não tinha foco em controle de pragas, mas falava de inovação. De tanto em tanto o palestrante fazia um link com o nosso mercado, mas o foco da palestra de uma forma geral era a inovação. Fazer diferente. Uma palestra sem dúvida muito descontraída e interessante. O palestrante foi Luciano Pires (veja maiores informações em http://www.lucianopires.com.br/).
Outra cara para o mesmo tema: é preciso ser criativo e criar um espaço no mercado onde podemos ser líderes. Infelizmente não tenho mais muita coisa para acrescentar, mas caso eu possa ser útil em alguma coisa, fico à disposição dos leitores. De qualquer forma, o evento de uma forma geral foi muito bom. Recomendo a todos.
E já está marcada para o ano que vem a Sulprag: V Sulprag - 24, 25 e 26 de junho de 2009, em Joinvile - SC. Maiores informações visite http://www.acprag.com.br/.
Agradeço pela atenção e paciência dispensados. Desejo a todos bons negócios!
Um grande abraço!

domingo, 7 de setembro de 2008

Pregão Eletrônico

(continuação de post sobre negócios com órgãos públicos)

Em primeiro lugar, gostaria de me desculpar com os leitores da coluna por atrasar duas semanas a inserção de um novo post.

Quem está acompanhando sabe que ocorreu, no final de agosto, a Expoprag 2008, e eu fui lá conferir. Porém, como eu tinha prometido no último post que o próximo trataria sobre pregão eletrônico, a Expoprag vai ficar para a próxima semana. Geralmente a atualização acontece às quintas-feiras.

Pois bem, vamos ao pregão.

O pregão na verdade existe em duas modalidades: o pregão presencial e o pregão eletrônico.

No pregão presencial, as etapas são bastante similares ao convite, com a diferença que após a abertura das propostas, abre-se um espaço para que os concorrentes classificados dêem seus lances, ali, na hora mesmo.

Já no pregão eletrônico, o "leilão" é feito pela internet. Muitas vezes nem se sabe quem ou quantas empresas estão participando, apenas se tem acesso ao menor valor ofertado, que é o valor que o produto ou serviço será negociado.

No caso de pregão eletrônico, ocorre todo o processo e posteriormente apenas é avaliada a documentação e se o item cotado está em conformidade com o exigido no edital.

Em qualquer modalidade, o mais importante mesmo é conhecer detalhadamente o edital, e de preferência, as leis que regem as compras (estas estão indicadas no post anterior). Qualquer irregularidade por parte de um concorrente deve ser apontada para tirá-lo do certame.

Ainda há duas coisas que eu acredito estarem em desacordo, que acabam prejudicando empresas sérias que estão seriamente concorrendo no mercado.

Uma delas é a Lei Federal 123, também conhecida como Lei Geral das Micro Empresas. Esta lei dá benefícios exclusivos a Micro Empresas e Empresas de Pequeno Porte (ME/EPP). No caso de outros certames que não na modalidade de pregão, as ME/EPP, mesmo tendo um preço 10% acima do menor preço que seja ofertado por uma empresa não ME/EPP, ainda podem dar um lance posterior à abertura dos envelopes, no caso de um convite, por exemplo.

Isso vai contra o princípio da isonomia, garantido pela Lei 8.666 (lei das licitações), que é o princípio que garante o tratamento igualitário para qualquer empresa que participe de um certame, pois dá benefícios a algumas empresas em detrimento de outras.

Outra questão é que qualquer um pode participar de um pregão eletrônico, levando o patamar de negociação de um produto ou serviço a preços impraticáveis, e sendo posteriormente desclassificado por estar ofertando produtos ou serviços em desacordo com o solicitado no edital, ou mesmo por não apresentar a documentação solicitada.

Creio que seja importante iniciarmos estas discussões acerca destes aspectos das compras públicas, pois eu particularmente acredito que não sejam adequados.

Pois bem, por ora era isso, acho que acabou ficando grande demais. Caso tenham alguma pergunta ou algum comentário, por favor, não deixem de participar, adicionando um comentário abaixo.

E semana que vem tem mais.

Um grande abraço e bons negócios!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Serviços de controle de pragas em órgãos públicos

Antigamente era muito mais arriscado vender produtos ou prestar serviços a órgãos públicos, principalmente prefeituras. Para quem não conhece muito bem este campo de trabalho, o órgão público deve normalmente realizar os orçamentos, selecionar o ganhador, empenhar o dinheiro referente àquela compra, o serviço deve ser realizado ou o produto entregue e então o órgão deve efetuar o pagamento.

Pois bem, o empenho significa que o dinheiro está reservado para aquele fim e não pode ser usado para outras coisas. Antes da Lei de Responsabilidade Fiscal, era muito comum fazer vendas significativas para uma prefeitura e depois ficar a ver navios, mesmo com um empenho nas mãos.

Hoje a situação já é diferente. É muito mais difícil algo que tenha sido empenhado não ser honrado. Por isso, a prestação de serviços e venda de produtos para o setor público está chamando a atenção de um crescente número de empresas.

Porém também é comum as empresas tentarem entrar neste mercado sem muita informação, e esta última pode ser crucial para o sucesso da investida.

Vamos passar aqui algumas dicas básicas, genericamente falando. Na compra de serviços como o de controle de pragas, as modalidades mais comuns são: dispensa de licitação, convite e pregão eletrônico.

Na dispensa de licitação, geralmente o órgão licitante solicita três ou mais orçamentos, selecionando o vencedor. Este normalmente é um processo muito menos burocrático, mas serve para compras de até R$ 8.000,00.

Depois, compras entre R$ 8.000,01 e R$ 80.000,00, passa para a modalidade de convite, no qual são chamadas as empresas (no mínimo 3, preferencialmente), que levam no dia marcado dois envelopes, um contendo a documentação solicitada no edital, e outro contendo a proposta.

Primeiramente são examinados os documentos de todas as empresas. Havendo alguma empresa que não esteja conforme (documento vencido ou faltando), esta deve ser desclassificada. Neste caso, abre-se prazo de 3 dias para que a empresa desclassificada possa se defender, e as propostas serão abertas posteriormente a este trâmite.

Caso contrário, os envelopes são abertos na mesma hora, e pode-se conhecer o vencedor. É importante estar ciente de todas as condições do edital, para estar em conformidade e saber quando seu concorrente não está.

Geralmente as compras em órgãos públicos são decididas com base no menor preço. Uma empresa que for desclassificada na fase da documentação, não poderá ser considerada vencedora, mesmo tendo menor preço.

Para não ficar muito grande este post esta semana, vamos deixar o pregão eletrônico para semana que vem.

Para quem quer conhecer melhor o assunto, sugiro procurar no Google as seguintes leis, que regem as compras em órgãos públicos:
  • Lei 8.666/1993;
  • Lei 10.520/2002;
  • Lei Federal 123/2006;
  • Decreto Lei 6.204/2007.
Não se esqueça de que na próxima semana teremos a Expoprag em São Paulo. Veja maiores informações no site www.pragasonline.com.br.

Grande abraço a todos e não deixem de participar da enquete ao lado.

Bons negócios!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Não acredite em tudo que ouvir (feijões mágicos)

Como é importante saber o que se está falando! E neste segmento de controle de pragas, tem gente que fala coisas descabidas, achando que não tem problema e que para controlar pragas, basta jogar um veneninho e pronto.

Não! É importante embasar o controle no conhecimento científico! O controlador não precisa obrigatoriamente ser um biólogo, ou veterinário, ou agrônomo, ou a profissão que seja! Ele precisa, isso sim, conhecer um pouco melhor sobre as pragas que pretende controlar. Seus hábitos, do que se alimenta, onde costuma se abrigar, coisas do gênero. E isto só se consegue através da observação destes seres, do estudo e pesquisa. A partir daí o conhecimento pode ser passado a outras pessoas. Para isto, sobretudo é que existem estes profissionais como responsáveis técnicos nas empresas de controle de pragas.

Mas temos que cuidar para obtermos informações de fontes confiáveis. Não adianta chegar num cliente, por exemplo, e dizer que uma isca amarela é mais atrativa para um rato! Eles não enxergam cores! O cliente pode até acreditar, e achar que talvez fosse por isto que o controle anterior não estivesse funcionando. Porém, se um dia ele conversar com alguém que sabe e esta pessoa der a ele esta informação de que ratos só enxergam em tons de cinza, ele pode achar que você é um charlatão...

Esta semana pude observar um ótimo exemplo da importância de haver uma preocupação em não sair por aí espalhando a primeira bobagem que ouvir. Ocorre que uma pessoa bem conceituada no ramo de controle de pragas, inclusive colunista de uma das principais revistas do país e consultora na área, deve ter ouvido uma parte de uma pesquisa de um conceituado cientista brasileiro e publicou uma coluna falando sobre isto, como se tivesse amplo domínio do tema.

Porém, como provavelmente não sabia do teor completo da pesquisa do cientista, acabou falando algumas besteiras na coluna, e isto é um material lido por muita gente. Ora, que irresponsabilidade! Uma formadora de opinião, publicar algo que não teve ao mínimo uma preocupação de averiguar! Deve ter tido bastante gente que começou a divulgar a informação passada e usar em seus trabalhos de controle... E agora, para desfazer isto?

Por isso, gente, é que eu tenho que ressaltar: vamos conhecer mais sobre as pragas e seus hábitos, vamos conhecer mais sobre as ferramentas de controle, vamos conhecer mais sobre os produtos químicos que usamos, sua forma de ação e seus efeitos para o ambiente.

E tem mais uma coisa que é interessante para o controlador de pragas saber: legislação. Há uma série de regulações hoje que obriga uma ampla gama de estabelecimentos a realizar o controle, utilizando uma empresa especializada. Grande parte delas nem se preocupa com controle de pragas, muito menos vai contratar uma empresa se não for obrigada por força de lei.

E aí está uma tremenda brecha de mercado para a atividade do controlador!

Então é isso, pessoal. Em resumo, busquem conhecimento!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Você [realmente] conhece o seu mercado?

Na semana passada participei de uma reunião que me obrigou a refletir um pouco sobre o quanto pensamos estar cientes das coisas com que lidamos.

Pensava conhecer no mínimo razoavelmente bem o mercado em que atuo, mas de repente me dei conta de que o que sabemos é apenas a ponta do iceberg. Pensava conhecer um pouco do que os clientes querem, do perfil deles, pensava estar bastante avançado em termos de abrangência de mercado... Mas muito ainda pode ser enriquecido com estudos mais aprofundados.

Por exemplo:
  • será que os segmentos que atendemos são os únicos que podem ser trabalhados?
  • será que conhecemos bem o perfil de nossos clientes e o que eles realmente desejam?
  • será que por desconhecer algum detalhe, podemos estar entrando com uma abordagem que seja um pouco inadequada?
  • em um mercado tão concorrido, como ganhar mercado?
  • e uma pergunta que decorre de todas estas: sem conhecer as minúcias do mercado, como elaborar e implementar uma estratégia adequada? (sem conhecer devidamente as características do mercado, podemos estar dando tiros a esmo tentando acertar uma mosquinha)
  • você sabe onde estão localizados seus clientes? Há alguma área de maior concentração?
  • antes de partir para novos mercados, que tal fazer um estudo detalhado sobre ele?
Estas são algumas das perguntas que devem nortear um trabalho de estratégias comerciais mais agressivas. É o início. Se você pular esta etapa, você pode até se dar bem, mas o trabalho será muito maior.

Esta semana estou sendo mais econômico nas linhas escritas, pois me dei conta de que temos muito que estudar... E isto é um aprendizado enorme...

Então, esta é a dica da semana: se você acha que conhece bem o mercado que você atua, seja ele qual for, experimente dedicar algumas horas da sua semana para estudar um pouco mais, você vai se surpreender com o que você pode descobrir!

Um grande abraço a todos e bons negócios!

terça-feira, 15 de julho de 2008

Evitar a "pequeneza"

Refletindo sobre o post da semana passada (veja abaixo), sobre a atuação da associação APRAG em prol das empresas do setor de controle de pragas, eu vejo que realmente em alguns estados as empresas e empresários ainda têm muito que evoluir.

A APRAG está de parabéns na defesa dos interesses de seus associados. Assim deveria haver mais associações em outros estados para brigar pelos interesses da classe a nível regional também. Já vi casos de empresas fazerem pouco da associação, depois recorrer a ela para auxiliar em problemas ocorridos durante a prestação de serviços.

As pessoas não vêem que é uma estrada de mão dupla. Também a grande maioria está bastante interessado nos seus benefícios em se tornar associado, e muito poucos procuram saber se podem colaborar em algo pelo bem coletivo. É assim que funciona, mas eu vejo que aos poucos estas situações estão mudando.

As empresas cada vez mais buscam se profissionalizar, se atualizar em termos de métodos para realizar um controle de pragas realmente eficiente. E aos poucos também vão se dando conta do que todas as empresas sérias podem ganhar se formarem um senso de coletividade e se reunirem na defesa de seus interesses.

Bem, esta é a minha opinião.

Antes de encerrar, deixo uma dica para quem, como eu falei antes, está buscando se atualizar. Ocorrerá, nesta quarta-feira, 16 de julho de 2008, em Balneario Camboriu - SC, um evento com o Prof. Odair Bueno, uma das maiores autoridades do país quando o assunto é formiga. E olha que elas podem realmente dar uma dor de cabeça danada quando tentamos controlá-las. É uma ótima oportunidade para ver alguém que sabe mesmo muito sobre o assunto ensinando um pouco e dando dicas que podem tornar o controle mais eficiente. O evento é gratuito. Maiores informações podem ser obtidas pelo fone (19) 3523-2217.

Um grande abraço a todos e bons negócios!

quinta-feira, 10 de julho de 2008

APRAG e SEBRAE firmam parceira para fortalecer o setor de controle de pragas

APRAG e SEBRAE/SP estão lançando o Projeto Nacional de Desenvolvimento para o Setor de Controle de Vetores e Pragas Urbanas.

A parceria deverá contar com um investimento de R$ 1 milhão na implementação de conceitos e técnicas de qualidade que levem as empresas a elevados índices de qualidade, produtividade, adequação ambiental e capacitação técnica e tecnológica.

A primeira parte do projeto inclui diagnósticos de problemas e implantação de ações de melhoria. A APRAG já está recebendo a inscrição de empresas interessadas e informa que não há custo para adesão do projeto, desde que as empresas sejam associadas à APRAG.

É muito importante pensarmos na profissionalização do setor, e a APRAG realmente está de parabéns por esta iniciativa. Com certeza não somente as empresas de controle, mas os funcionários e clientes também sairão ganhando com essa atitude.

Alguns estados também poderiam se espelhar neste exemplo e criar ou fortalecer sua associação para lutar pela profissionalização e crescimento do setor.

Fontes:
Site da APRAG -
http://www.aprag.org.br/
Portal Pragas On-Line -
www.pragas.com.br/noticias/clipping/clipping2008/extra2008_028.php