quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Serviços de controle de pragas em órgãos públicos

Antigamente era muito mais arriscado vender produtos ou prestar serviços a órgãos públicos, principalmente prefeituras. Para quem não conhece muito bem este campo de trabalho, o órgão público deve normalmente realizar os orçamentos, selecionar o ganhador, empenhar o dinheiro referente àquela compra, o serviço deve ser realizado ou o produto entregue e então o órgão deve efetuar o pagamento.

Pois bem, o empenho significa que o dinheiro está reservado para aquele fim e não pode ser usado para outras coisas. Antes da Lei de Responsabilidade Fiscal, era muito comum fazer vendas significativas para uma prefeitura e depois ficar a ver navios, mesmo com um empenho nas mãos.

Hoje a situação já é diferente. É muito mais difícil algo que tenha sido empenhado não ser honrado. Por isso, a prestação de serviços e venda de produtos para o setor público está chamando a atenção de um crescente número de empresas.

Porém também é comum as empresas tentarem entrar neste mercado sem muita informação, e esta última pode ser crucial para o sucesso da investida.

Vamos passar aqui algumas dicas básicas, genericamente falando. Na compra de serviços como o de controle de pragas, as modalidades mais comuns são: dispensa de licitação, convite e pregão eletrônico.

Na dispensa de licitação, geralmente o órgão licitante solicita três ou mais orçamentos, selecionando o vencedor. Este normalmente é um processo muito menos burocrático, mas serve para compras de até R$ 8.000,00.

Depois, compras entre R$ 8.000,01 e R$ 80.000,00, passa para a modalidade de convite, no qual são chamadas as empresas (no mínimo 3, preferencialmente), que levam no dia marcado dois envelopes, um contendo a documentação solicitada no edital, e outro contendo a proposta.

Primeiramente são examinados os documentos de todas as empresas. Havendo alguma empresa que não esteja conforme (documento vencido ou faltando), esta deve ser desclassificada. Neste caso, abre-se prazo de 3 dias para que a empresa desclassificada possa se defender, e as propostas serão abertas posteriormente a este trâmite.

Caso contrário, os envelopes são abertos na mesma hora, e pode-se conhecer o vencedor. É importante estar ciente de todas as condições do edital, para estar em conformidade e saber quando seu concorrente não está.

Geralmente as compras em órgãos públicos são decididas com base no menor preço. Uma empresa que for desclassificada na fase da documentação, não poderá ser considerada vencedora, mesmo tendo menor preço.

Para não ficar muito grande este post esta semana, vamos deixar o pregão eletrônico para semana que vem.

Para quem quer conhecer melhor o assunto, sugiro procurar no Google as seguintes leis, que regem as compras em órgãos públicos:
  • Lei 8.666/1993;
  • Lei 10.520/2002;
  • Lei Federal 123/2006;
  • Decreto Lei 6.204/2007.
Não se esqueça de que na próxima semana teremos a Expoprag em São Paulo. Veja maiores informações no site www.pragasonline.com.br.

Grande abraço a todos e não deixem de participar da enquete ao lado.

Bons negócios!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Não acredite em tudo que ouvir (feijões mágicos)

Como é importante saber o que se está falando! E neste segmento de controle de pragas, tem gente que fala coisas descabidas, achando que não tem problema e que para controlar pragas, basta jogar um veneninho e pronto.

Não! É importante embasar o controle no conhecimento científico! O controlador não precisa obrigatoriamente ser um biólogo, ou veterinário, ou agrônomo, ou a profissão que seja! Ele precisa, isso sim, conhecer um pouco melhor sobre as pragas que pretende controlar. Seus hábitos, do que se alimenta, onde costuma se abrigar, coisas do gênero. E isto só se consegue através da observação destes seres, do estudo e pesquisa. A partir daí o conhecimento pode ser passado a outras pessoas. Para isto, sobretudo é que existem estes profissionais como responsáveis técnicos nas empresas de controle de pragas.

Mas temos que cuidar para obtermos informações de fontes confiáveis. Não adianta chegar num cliente, por exemplo, e dizer que uma isca amarela é mais atrativa para um rato! Eles não enxergam cores! O cliente pode até acreditar, e achar que talvez fosse por isto que o controle anterior não estivesse funcionando. Porém, se um dia ele conversar com alguém que sabe e esta pessoa der a ele esta informação de que ratos só enxergam em tons de cinza, ele pode achar que você é um charlatão...

Esta semana pude observar um ótimo exemplo da importância de haver uma preocupação em não sair por aí espalhando a primeira bobagem que ouvir. Ocorre que uma pessoa bem conceituada no ramo de controle de pragas, inclusive colunista de uma das principais revistas do país e consultora na área, deve ter ouvido uma parte de uma pesquisa de um conceituado cientista brasileiro e publicou uma coluna falando sobre isto, como se tivesse amplo domínio do tema.

Porém, como provavelmente não sabia do teor completo da pesquisa do cientista, acabou falando algumas besteiras na coluna, e isto é um material lido por muita gente. Ora, que irresponsabilidade! Uma formadora de opinião, publicar algo que não teve ao mínimo uma preocupação de averiguar! Deve ter tido bastante gente que começou a divulgar a informação passada e usar em seus trabalhos de controle... E agora, para desfazer isto?

Por isso, gente, é que eu tenho que ressaltar: vamos conhecer mais sobre as pragas e seus hábitos, vamos conhecer mais sobre as ferramentas de controle, vamos conhecer mais sobre os produtos químicos que usamos, sua forma de ação e seus efeitos para o ambiente.

E tem mais uma coisa que é interessante para o controlador de pragas saber: legislação. Há uma série de regulações hoje que obriga uma ampla gama de estabelecimentos a realizar o controle, utilizando uma empresa especializada. Grande parte delas nem se preocupa com controle de pragas, muito menos vai contratar uma empresa se não for obrigada por força de lei.

E aí está uma tremenda brecha de mercado para a atividade do controlador!

Então é isso, pessoal. Em resumo, busquem conhecimento!