domingo, 2 de abril de 2017

Atender por chamado ou por contrato?

Olá! O assunto de hoje deveria entrar no livro que escrevi (Controle de Pragas Urbanas - Gestão Lucrativa com Eficiência Operacional e Competência Técnica), mas em função do tempo que tinha para aprontar o livro, acabou ficando de fora. Estou escrevendo agora e colocando na nova versão do livro, no entanto resolvi publicar aqui no blog o texto que gerou um novo capítulo para que as pessoas que já compraram o livro possam ter acesso e também para que quem não comprou possa ver e se interessar por esta discussão e o restante do conteúdo do livro. E aí, convido: vamos comprar o livro? Basta acessar www.pragasurbanaslivro.com.br! (no site é possível baixar uma amostra para avaliação antes da compra)

Primeiramente é importante alinhar as definições do que é o atendimento por chamado ou atendimento por contrato. Aqui no sul do país também chamamos o atendimento por chamado de serviço avulso, que é o serviço no qual o cliente lhe chama para realizar uma aplicação (ou mais, dependendo do problema) mas não tem um compromisso de longo prazo com a realização do serviço. Já no contrato são estabelecidas visitas minimamente mensais, conforme a legislação atual para monitorar ou realizar ajustes no plano de controle de pragas. No atendimento por chamado geralmente o cliente realiza um pagamento (às vezes parcelado) e no atendimento por contrato ele realiza pagamentos mensais enquanto o contrato estiver vigente.

A maior parte das empresas de Controle de Pragas Urbanas que conheço começaram praticamente todas atuando por chamado. Uma empresa que está começando, salvo raras exceções, não possui um conceito estabelecido no mercado, ela precisa construir esse conceito. A estrutura é geralmente pequena, não há pessoal focado na venda de contratos muitas vezes. O mais importante em um momento deste é encher a agenda para ter receita e conseguir pagar as contas.

Não é uma regra, pois conheço exceções bastante significativas, mas com o tempo, o gestor começa a se dar conta de que o atendimento por chamado pode não dar a estabilidade que ele gostaria se não conseguir ganho de escala. Aqui no sul, em virtude do clima, com um inverno rigoroso, a demanda por serviços de Controle de Pragas Urbanas cai muito nos meses mais frios. Do Rio de Janeiro para cima a questão do clima já muda bastante, e sei de empresas que cresceram com base no atendimento por chamado e hoje são empresas de grande porte e saudáveis e continuam atendendo - algumas exclusivamente - por chamado.

Mas se você atende por chamado, tem em sua empresa esse problema da sazonalidade (uma variação cíclica na demanda) e passa alguns meses do ano com dificuldades de realizar um faturamento satisfatório, deveria começar a pensar em atuar por contrato. Não que vá abandonar o atendimento por chamado, mas pode começar mesclando as duas modalidades e futuramente decidir se vai permanecer assim ou optar por apenas uma das duas.

Como no contrato o cliente realiza pagamentos todos os meses, isso lhe dá uma estabilidade maior em relação à receita. Mesmo que você continue atuando por chamado, se começar a trabalhar com contratos terá uma parcela de sua receita com baixa variação, mesmo com a sazonalidade.
O gráfico a seguir ilustra bem esta questão. É possível ver que a faixa laranja (faturamento proveniente de atendimentos por chamado) vai diminuindo conforme chega ao meio do ano e depois volta a aumentar, enquanto a faixa azul se mantém estável e até vem sendo incrementada independente da situação climática.


Se esta empresa atuasse apenas por chamado, possivelmente teria grandes dificuldades nos meses de inverno e teria possivelmente que desligar parte de sua mão-de-obra para poder conter os custos nos meses de baixa venda. Obviamente não quero com isso afirmar que a solução é definitivamente o investimento em vendas de contratos, embora nestas situações apresentadas pareça uma boa alternativa, apesar de conhecer grandes empresas que optaram por atuar por chamado e estão muito bem assim. Isso também tem relação com a "vocação" e o mercado que a empresa construiu. Se ela virou uma referência para o cliente residencial ou mesmo comercial que demanda o serviço por chamado, deve aproveitar essa vocação da melhor forma possível. Porém à medida em que as empresas começam a crescer, podem estar atuando das duas formas e se dar conta das vantagens e desvantagens de cada uma. E aqui trago uma reflexão que talvez possa ser útil para a tomada de decisão acerca do assunto.

Avalie o custo-benefício de ambas operações. Quanto você fatura com contratos e chamados e quanto lhe custa a estrutura (pelo menos operacional) para realizar esses dois tipos de atendimentos. Você pode começar fazendo uma média de sua empresa: quanto sua empresa fatura por funcionário operacional? Faça essa divisão e você terá uma média da empresa. Depois separe em contratos e chamados e divida quanto você fatura nos atendimentos por contrato, dividindo pelo número de funcionários operacionais que realizam os serviços nos contratos. Depois faça o mesmo para os atendimentos por chamado. Compare os números: a média da empresa e as médias por contrato e por chamado.

Se você tiver um bom sistema de informação, porque não fazer uma espécie de conta-corrente, creditando os valores que cada operador atende de contratos e debitando todos os gastos relativos a esses serviços? Faça o mesmo nos chamados. Desta forma você também identifica clientes ou operadores ou mesmo rotas que estão sendo improdutivas. O lado ruim de manter serviços improdutivos é que eles "roubam" o resultado positivo de serviços produtivos. Isso é abordado bastante no livro na parte gerencial, quando falamos sobre produtividade e eficiência.

A reflexão sobre assuntos desta ordem nas empresas é sempre relevante, pois mexendo com eficiência e produtividade podemos mudar radicalmente o resultado financeiro. Tenha em mente também que é importante você estabelecer alguns números que devem ser acompanhados com certa regularidade. São os indicadores de desempenho. Eles vão poder lhe ajudar a verificar como está o desempenho da empresa e dependendo da situação, até lhe ajudar a identificar o que não está ocorrendo da forma que deveria.

Espero que a postagem lhe seja útil e como de costume, peço que visite a página com as informações sobre o livro em www.pragasurbanaslivro.com.br.Também peço que você curta nossa página no facebook: www.facebook.com/controlePragasUrbanas. E uma novidade: estamos agora também no instagram: @pragasurbanas.

Siga-nos e aguarde nas próximas semanas mais novidades!!!

Grande abraço e bons negócios!

sexta-feira, 3 de março de 2017

Sobre legislação e fiscalização

Quem tem acompanhado por e-mail ou aqui no blog sabe que escrevi um livro e estou vendendo na internet, por enquanto apenas a versão eletrônica. No livro escrevi um capítulo sobre legislação. Não é algo extremamente aprofundado, mas é um resumo das pesquisas que fiz sobre legislação em Controle de Pragas Urbanas nos últimos anos. Lá listo algumas legislações relevantes, principalmente em âmbito nacional e discuto algumas questões sobre essas leis e sobre as fiscalizações.

O QUE EXATAMENTE ESTOU FAZENDO ERRADO?

Inclusive no livro cito um caso de um cliente meu (empresa de Controle de Pragas Urbanas) que, ao chegar para realizar um serviço em um restaurante, encontrou o pessoal da fiscalização da Vigilância Sanitária e eles fizeram um auto de infração para este meu cliente. Ao escrever o livro, não encontrei minhas anotações para dizer exatamente o que a fiscalização cobrava dele, mas para minha surpresa, na época tinha feito uma postagem aqui no blog que não chegou a ser publicada, ficou como rascunho, mas que detalhava o caso e acabou ficando esquecida.
Pois esse meu cliente há alguns anos tempo atrás foi abordado pela fiscalização quando se preparava para fazer um serviço, e enquadraram eles com um auto de infração, citando a Lei Federal 6437/77, artigo 10, incisos XXIV, XXIX, XXX e XXXI, e Decreto Estadual 23.430. Apenas para citar, quem quiser que pesquise a essa lei federal, mas o inciso XXX diz "expor ou entregar ao consumo humano, sal refinado, moído ou granulado que não contenha iodo na proporção estabelecida pelo Ministério da Saúde". Eu pergunto: por que diabos uma desinsetizadora estaria expondo ou entregando para consumo humano sal de qualquer tipo sem o iodo que o Ministério da Saúde exige?
Isso só mostra que somos fiscalizados por um bando de gente despreparada, pessoas que não conhecem as leis que nos regulamentam e não tem preparo sequer para consultar a legislação na hora de lavrar o auto de infração.
Mas tem mais... Ora, alguém aí já viu o Decreto Estadual (RS) 23.430/74? Ele tem "apenas" 184 páginas e nada mais que 845 artigos! Estariam eles descumprindo TODO o Decreto Estadual 23.430? Não, isso não pode! Se algum dia você for autuado, sempre exija a especificação de quais infrações você está cometendo. Ou alguém aí já levou uma multa de trânsito dizendo apenas que infringiu o Código de Trânsito Brasileiro? Mostra mais uma vez o despreparo da fiscalização, já que desta vez nem se arriscaram a colocar artigos ou incisos...
Você deve exigir que seja especificado exatamente qual infração vocês estão cometendo, para que vocês possam corrigir ou até mesmo se defender pelas vias legais.

E ELES NÃO CONHECEM AS LEIS, MESMO!

Vivenciei naquela mesma época uma situação que chega a ser hilária, pela total alienação do pessoal que faz o licenciamento ambiental. Só não foi hilária para a empresa que estava sofrendo o "bulling". Outra empresa séria, profissional e preocupada com os aspectos legais. Entrou com a documentação para o licenciamento ambiental, fizeram a vistoria, exigiram algumas pequenas alterações no depósito e concederam a licença ambiental para a empresa - algo que era extremamente difícil na época. Depois de algumas semanas o órgão ambiental entrou em contato novamente com a empresa, dizendo que o Responsável Técnico que eles haviam designado não poderia ser, que a legislação exigia que fosse veterinário, agrônomo, químico, etc., todos de nível superior, e a Responsável Técnica apontada pela empresa tinha nível médio técnico.
Todos nós sabemos e isso foi uma coisa que causou muita discussão na mudança da RDC 18, de 2000, para a 52, em 2009, que agora quem define qual profissão pode ou não ser Responsável Técnico de desinsetizadoras é o Conselho Profissional. Eu orientei a empresa a perguntar de onde eles tinham tirado as exigências das formações dos Responsáveis Técnicos e... Bingo! RDC 18. "Apenas" 2 anos após a RDC 52 entrar em vigor, ainda estavam se baseando na legislação anterior.
Aí eu pergunto: quem nos fiscaliza não teria que saber até antes de nós que a legislação mudou? Dois anos depois e eles não tinham nem noção de que a RDC 52 existe! Que absurdo! Esse pessoal deveria sinceramente sentir vergonha disso.
Continuando, eu mandei uma cópia da RDC 52 para essa empresa e eles mandaram para a pessoa da fiscalização ambiental que estava ameaçando cancelar a licença ambiental (outro absurdo: se não podia, porque deram a licença?), e a resposta que tiveram, após mostrar a atrocidade que eles estavam cometendo, é que é a parte hilária: "Não pode, mas vamos deixar vocês seguirem com esse Responsável Técnico".
Será que é tão difícil assim admitir a incompetência em conhecer as leis?
Infelizmente não é uma boa idéia brigar com essa gente, até porque eles têm essa carteirinha, mas temos que ir mostrando que não somos um bando de empresários irresponsáveis que não sabem nada sobre a regulamentação da nossa atividade. Tenho certeza de que muitas empresas pelo país inteiro devem passar por situações semelhantes e que são extremamente contraproducentes e às vezes até desanimadoras.
Parte da discussão sobre legislação no livro que escrevi vai pelo mesmo caminho que a postagem de hoje. Se você quiser conhecer mais sobre o livro, que é bastante abrangente e voltado principalmente a gestores, mas também é bastante útil a coordenadores e Responsáveis Técnicos, acesse www.pragasurbanaslivro.com.br para obter mais detalhes. No site você pode até baixar uma amostra do livro para avaliar antes de decidir pela compra, que também é feita pelo mesmo site.
Grande abraço a todos e bons negócios.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Pela evolução constante do segmento de Controle de Pragas Urbanas no Brasil

A luta não é de hoje, e também não é de ontem. As associações de diversos estados do país nas últimas décadas tem capitaneado iniciativas para combater uma “entidade” que ficou popularizada como “Zé Bombinha”.
O “Zé Bombinha” teve origem quando empresas e profissionais sérios perceberam que mantinham estruturas administrativas e operacionais, folhas de pagamento, equipamentos de proteção, licenciamentos complexos e caros, veículos e todos os custos pertinentes, além de atualizações constantes de seus técnicos, enquanto concorriam deslealmente com uma pessoa, que às vezes se deslocavam de bicicleta ou mesmo de ônibus – diga-se de passagem, proibido há muitos anos – portando um pequeno pulverizador e fazendo serviços muitas vezes sem as devidas precauções consigo e com os clientes, talvez até mesmo usando produtos de procedência ilegal para esse destino.
Infelizmente existe um conceito popular de que é uma atividade relativamente fácil de se desempenhar: basta comprar um pulverizador e sair espalhando veneno. Uma “empresa” gaúcha há algumas décadas aparentemente fez exatamente isso, e acabou usando produtos agrícolas e talvez até outros de procedência desconhecida em uma pulverização em um posto de saúde em Porto Alegre. As aplicações foram feitas sem a evacuação das áreas e diversas pessoas que trabalhavam ou que se consultavam no local necessitam ainda hoje de tratamento em função das intoxicações, muitas delas com sequelas. A suposta “empresa” desapareceu, assim como seus responsáveis, e absolutamente ninguém pôde ser responsabilizado. A imagem a seguir mostra um jornal local nos classificados de empregos sugerindo algumas idéias de negócios que seriam mais fáceis de montar. A atividade que aparecia em primeiro lugar no ranking de facilidade era justamente uma desinsetizadora.



Pois bem, o combate a essa concorrência desleal e aos riscos que ela pode representar para a população possivelmente se alicerça em dois pilares principais:
  • Conscientizar a população – levar conhecimento aos supostos clientes que poderiam contratar os serviços do “Zé Bombinha”, conscientizando-os dos riscos em contratar pessoas que no mínimo podem não ter capacitação técnica para aplicar produtos tóxicos em suas residências ou comércios. Algumas associações tem feito bem esse trabalho.
  • Capacitar continuamente as empresas e profissionais da área – conscientizar os profissionais de suas responsabilidades e riscos envolvidos, aumentando o nível técnico das empresas e fazendo com que as empresas promovam diálogos mais embasados tecnicamente e uniformes. Algumas associações também tem se empenhado neste trabalho.

Algumas associações tem se empenhado em ambas tarefas no combate ao “Zé Bombinha”, e o mercado tem evoluído bastante desde então. Mas na verdade eu acredito que não é uma tarefa que compete exclusivamente às associações. Todas as pessoas que possuem conhecimentos que possam colaborar para a evolução dos profissionais e empresas de controle de pragas tem uma parte significativa nessa luta, pois podem colaborar principalmente no segundo pilar.
Depois de quase 30 anos participando deste mercado, assistindo diversas palestras em treinamentos, congressos, capacitações, em contato com grandes pesquisadores de multinacionais fabricantes de produtos e grandes especialistas em toxicologia, técnicas e métodos de controle, biologia e hábitos das pragas, realizando treinamentos em várias empresas de controle de pragas urbanas e reunindo conhecimentos relevantes de cada uma dessas conexões feitas, projetei algumas iniciativas para compartilhar esse conhecimento acumulado durante essas quase 3 décadas de aprendizado. Algumas dessas iniciativas estão se materializando em projetos distintos. O primeiro deles está sendo lançado agora em fevereiro/2017, e consiste em um livro que reune décadas de conhecimento técnico e gerencial na área de Controle de Pragas Urbanas. Para mais informações, veja no site desta iniciativa: www.pragasurbanaslivro.com.br.
Outras coisas ainda estão por vir nos próximos meses, vamos comunicando sempre por aqui e você também pode acessar www.pragasurbanaslivro.com.br/lista/ para cadastrar seu e-mail e ficar sabendo das novidades em primeira mão.
Abraços a todos e bons negócios!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Evolução do Mercado Consumidor de Controle de Pragas Urbanas

Olá, amigos(as)!

Em primeiro lugar deixo um grande abraço ao amigo Marcus Leandro, de Pelotas, que agradeceu o post sobre a questão dos raticidas no mês passado e a discussão a respeito da toxicidade e o risco de intoxicação de pessoas, em função do ocorrido em Porto Alegre.

No post desse mês vou deixar uma dica bem interessante e aproveito para gerar algumas discussões em cima de algumas coisas que estão acontecendo e também que eu vi em função desta dica.

Bom, pra começar, desviando um pouco do tema de controle de pragas urbanas, entrando numa área mais "high-tech", andamos mudando nosso plano de telefonia celular aqui na empresa, e em decorrência disso tive a felicidade de pegar um Samsung Galaxy S II, a segunda geração do smartphone top da Samsung. Estou ainda descobrindo bastante coisa, mas já pude instalar alguns aplicativos que estão à disposição no Android Market (central de aplicativos para o sistema Android, que é mantido pelo Google e que equipa o aparelho).

Em linhas gerais o aparelho é uma maravilha, poderia ficar falando horas e horas sobre as coisas que já consegui fazer com ele, mas como aqui não é o foco, vamos nos ater ao controle de pragas urbanas.

Pois bem, andei fazendo algumas pesquisas de aplicativos, e cheguei a instalar um aplicativo da Exame, revista de negócios da Abril, outro da Zero Hora, jornal local aqui no sul, e aí pensei: será que existe algo na área de controle de pragas urbanas? Pensei que se alguém teria conteúdo para Android, esse alguém seria a PCT (Pest Control Technologies), uma revista americana. Na mosca. Estava lá o aplicativo. Baixei, instalei, e me surpreendi. Gratuitamente posso acessar as últimas edições da revista e lê-la na tela do meu Samsung+Android a hora que quiser (será necessária uma conexão à internet para baixar o conteúdo, mas você pode salvar algumas matérias para ler depois).

Incrível, não? Pois eu recomendo para quem tiver um celular com Android e se dá bem com o inglês (a revista obviamente é em inglês): instalem esse aplicativo, nem que seja para dar uma "folheada" na revista virtual quando tiverem um tempinho (entre uma reunião e outra, na sala de espera do dentista, quando estiver aguardando para ser recebido por um cliente, etc.).

Numa olhada rápida na edição de julho deste ano, já fiquei sabendo, por exemplo, que nossos irmãos americanos no controle de pragas urbanas estão tendo que se adaptar a novas regras impostas pela EPA (agência de saúde de lá, seria nossa ANVISA), que estão complicando com algumas questões de raticidas.

Também uma nota me chamou a atenção, até por causa do momento que estamos vivendo aqui. Não tenho a intenção de fazer propaganda para ninguém nos textos do blog, por isso evito um pouco falar em fabricantes ou produtos, a não ser que seja para falar com mais profundidade sobre algum tema. Mas dessa vez vai exigir: a Syngenta fez uma promoção que se encerrou agora em setembro, onde as desinsetizadoras que comprassem determinados produtos poderiam concorrer a uma viagem à Flórida (EUA) para visitar a estação de pesquisa deles e também conhecer 3 grandes desinsetizadoras de lá. A viagem deverá ocorrer em novembro e infelizmente eu como distribuidor não vou estar junto, mas um cliente meu foi sorteado e vai estar lá nessa viagem.

Enquanto a promoção estava rolando, estávamos conversando, eu e algumas outras pessoas, a respeito das oportunidades da viagem: ver empresas grandes, de um mercado mais desenvolvido e mais regulado, e poder conhecer um pouco de como elas trabalham, e quem sabe, trazer dentro da bagagem idéias novas para a operação da empresa aqui. Conheço alguém que foi numa viagem dessa há coisa de mais de 10 anos e comentou que achou estranho quando soube que uma das empresas visitadas atuava no mercado doméstico (residências), quando todos os esforços aqui no Brasil estavam se intensificando cada vez mais em clientes corporativos (indústrias em geral, restaurantes, shoppings, etc.).

O guia da visita disse que aquele momento que o Brasil estava vivendo aconteceu nos Estados Unidos cerca de 30 anos antes. A questão é: seria um ciclo evolutivo que chegaria no Brasil também? Interessante reflexão. Agora, voltamos ao aplicativo da PCT: encontrei, folheando a revista, uma informação de que o controle de pragas urbanas é um dos serviços mais requisitados por usuários domésticos (veja os percentuais abaixo). A questão que fica é: será que o mercado consumidor de controle de pragas urbanas vai evoluir no Brasil a ponto de o mercado doméstico se tornar importante o suficiente para demandar contratos de prestação de serviço de controle de pragas urbanas? Com certeza precisaríamos continuar com um bom momento econômico para que essa evolução ocorresse. Mas a reflexão está lançada.

Serviços mais populares para usuários domésticos nos Estados Unidos
37% - limpeza de tapetes/carpetes
37% - carpintaria (? a tradução pode não ser exatamente esta)
31% - faxina
29% - manutenção de aquecedores e circuladores de ar
27% - eletricistas
26% - controle de pragas urbanas
24% - encanadores
24% - manutenção de gramados e jardins

Esse poderia ser um cenário possível no Brasil se as pessoas tivessem condições econômicas de contratar um controle de pragas efetivo (longo prazo) e se a cultura do auto-serviço for deixada de lado. A meu ver, uma coisa influencia na outra, pois se o usuário doméstico não estiver tendo 100% sucesso fazendo controle com produtos domésticos e tiver condições financeiras de contratar um especialista, com certeza vai fazê-lo.

Bom, ficam as dicas (3):
1) Aplicativo PCT para Android (talvez exista para iPhone também);
2) Reflexão a respeito da evolução do mercado;
3) Sugestão de termos mais fabricantes promovendo o intercâmbio de práticas de PCOs, seja internamente (no Brasil, talvez, promovendo visitas de empresas gaúchas a empresas paulistas, por exemplo), seja externamente (para outros países). Olho nisso, fabricantes!

A propósito, promovemos aqui no Rio Grande do Sul uma iniciativa que até onde eu me informei, foi inédita no Brasil (duas então, a primeira foi o canal do YouTube com palestras e treinamentos: www.youtube.com/divepra). Essa iniciativa foi de pegar uma empresa bastante conhecida na região e com bastante tempo de mercado e um porte significativo e promover uma visita técnica, onde outras desinsetizadoras foram conhecer sua história, como ela evoluiu e cresceu com o passar do tempo, e também conhecer um pouco da estrutura da empresa.

Houve um grupo de empresários aqui da região que se interessou e compareceu à visita técnica, e inclusive estão querendo montar uma espécie de "círculo da qualidade" em controle de pragas urbanas, para trocar experiências e práticas. Acho que isso tem potencial de ir para frente e eu vejo que muita gente do bem se interessou pelo projeto e demonstrou interesse em participar. Assumi a incumbência de tocar o projeto adiante e ajudar a organizar o grupo.

Tudo em prol de um crescimento sustentável das empresas e de uma evolução contínua e forte do setor.

O Paulo Costa vem fazendo um pouco essa integração de práticas com a Análise Setorial e o Dia Análise Setorial, em que são apresentados cases em que foi possível melhorar a gestão de empresas de controle de pragas urbanas num trabalho com base em indicadores (Paulo, se você permitir vou escrever sobre isso em seguida).

Vamos, lá, qualquer informação que desejarem sobre os assuntos aqui apresentados, estou à disposição.

Um grande abraço a todos e bons negócios!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Caso de raticida em escola de Porto Alegre

Há algumas semanas atrás aconteceu em uma escola de Porto Alegre um caso simplesmente inacreditável.

Depois que algumas pessoas passaram mal ao comer o strogonoff do almoço da escola, entre elas algumas crianças, alguém foi até a cozinha e encontrou alguns pacotes de isca raticida próximos à panela, dois deles vazios e com uma tesoura ao lado, que teria sido usada para abrir os pacotes e supostamente despejar o conteúdo na panela. Também encontraram um granulado rosa misturado à carne na panela.

Algumas pessoas reclamaram que a comida estava extremamente amarga. No final das contas o que aconteceu é que as pessoas foram levadas ao hospital para receberem antídoto para o veneno, e as principais suspeitas, ainda não 100% confirmadas, recaem sobre uma pessoa que trabalhava na escola e já tinha histórico de problemas comportamentais em outras escolas pelas quais passou. Ela teria assumido a autoria do fato e teria dito que não sabia porque tinha feito aquilo.

Discussões criminais à parte, levantadas pelo delegado responsável e pelo advogado da suposta autora do crime, o caso joga luz a algumas conclusões que valem a pena refletirmos. Independente de ter ou não acontecido alguma coisa com as pessoas da escola ou de quem tenha feito essa barbaridade, o certo é que a pessoa é no mínimo desequilibrada e não pode ficar em convívio com outras pessoas, caso contrário pode, durante outro surto, realmente acabar matando alguém.

O que eu acho que vale a pena ser enfatizado é o que sempre falo em meus treinamentos: as iscas raticidas que temos no Brasil possuem um nível de segurança bastante elevado contra a intoxicação de pessoas e até mesmo de outros animais não alvo. Nesse sentido a regulamentação que a ANVISA colocou para os raticidas está de parabéns.

Primeiro, a concentração máxima do ingrediente ativo em iscas deve ser 0,005%. Olhando por exemplo, uma tabela de quantidade de isca a base de brodifacoum - uma das mais potentes - necessárias para matar um rato de 250g, gira em torno de 1,3g. Já uma galinha precisa comer cerca de 2 Kg. Um gato precisaria 1 Kg. Uma ovelha, 25 Kg. Obviamente não se sabe exatamente a quantidade necessária para matar uma pessoa, já que para isso teria que se testar em pessoas. Mas aí dá para ter uma idéia de que a quantidade de isca raticida para matar uma pessoa teria que ser bastante grande.

Logo, a conclusão que se chega é que os 50g (dois sachês de 25g) utilizados na tentativa de intoxicação coletiva na escola de Porto Alegre dificilmente mataria uma pessoa, quanto mais um grupo de pessoas. Aí mais um gol dentro da nossa legislação, que proíbe o uso de raticidas agudos (geralmente líquidos ou o famoso "chumbinho"). Com raticidas agudos realmente a quantidade necessária seria muito pequena. Mas esses tipos de venenos são proibidos hoje no Brasil e, embora infelizmente ainda se encontre com certa facilidade para venda em alguns estabelecimentos, muitas empresas especializadas já não fazem uso deste tipo de produto (primeiro, porque são proibidos, por serem extremamente tóxicos e persistentes e não possuírem antídoto, e segundo, porque matam muito rápido e causam desconfiança dos ratos).

Então, mesmo que as pessoas tivessem ingerido a quantidade necessária para levar à morte, nesse caso em Porto Alegre, as pessoas teriam tempo de sobra para receberem o antídoto, já que o efeito do veneno ocorre alguns dias após a ingestão, diferente dos raticidas agudos (os proibidos que falei antes). A propósito, se alguém quiser saber, o antídoto é vitamina K1 injetável.

Mas a questão da segurança não pára por aí. Já há alguns anos no Brasil, qualquer tipo de isca que contenha veneno precisa ter um composto chamado benzoato de denatonium. Esse composto é um amargante. Ele possui um gosto tão amargo ao paladar humano que a pessoa dificilmente consegue ingerir a isca. Algumas pessoas que prestaram mais atenção às notícias, devem ter visto que algumas pessoas relataram que a comida estava bastante amarga. Era o benzoato de denatonium fazendo o seu papel na proteção das pessoas.

Assim, a pessoa que fez o ato criminoso, nunca conseguiria atingir seu objetivo com o tipo de veneno que utilizou, independente da marca. É claro que ninguém gostaria que isso tivesse acontecido, foi um fato lamentável. Mas eu, particularmente, obtive um exemplo de domínio público das coisas que sempre digo nos treinamentos e que agora tem mais força e exemplos para mostrar: as nossas iscas raticidas foram desenvolvidas para matar ratos. Definitivamente não servem para matar pessoas.

Para fechar, sempre que falo em raticidas, costumo dizer que a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. E tem um exemplo nos raticidas que mostra bem isso. Tem um ingrediente ativo que não tenho mais visto muito no mercado, que se chama warfarina. Eu me lembro que há alguns anos atrás ainda tinha alguns produtos à base desse ativo, mas ultimamente não tenho visto mais.

Pois a mesma warfarina que é utilizada em veneno para ratos e morcegos hematófagos, também é utilizada como medicamento por pessoas que possuem marcapasso ou outros equipamentos que regulem a circulação sangüinea. A warfarina, assim como o brodifacoum, o bromadiolone, flocumafen, cumatetralil e outros, atua como anticoagulante. Ou seja, ele impede a coagulação do sangue. Isso é importante para não causar a obstrução do marcapasso por coágulos sangüíneos.

Mas obviamente, não queremos evitar tanto a coagulação do sangue a ponto de matar a pessoa, então a dose deve ser bem reduzida. Eventualmente, se o paciente tomar uma superdosagem de warfarina, pode ter o mesmo destino que um rato que ingeriu nossas iscas raticidas, porque numa dose muito alta este pode chegar na dose letal. Por isso, sempre digo: a diferença entre o remédio e o veneno é a dose.

Finalizo o post enviando um grande abraço ao Giovani da BioConser, do Rio de Janeiro, que tem nos acompanhado e nos deu um feedback há alguns dias atrás.

Um grande abraço também a todas as outras pessoas que nos acompanham.

Bons negócios a todos e até o próximo post!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Questões ambientais [de novo] na pauta - desativação de inseticida

Prezados(as) amigos(as),

Em primeiro lugar gostaria de agradecer a vocês que vêm acompanhando o blog. Espero que estejam gostando das discussões. Eu fico muito contente quando alguém me dá um feedback sobre os escritos, e me surpreendi no post anterior quando recebi, no dia seguinte à publicação, um telefonema do ilustríssimo Vanderlei Menin, de Camaquã/RS, me parabenizando pelo post e comentando sobre as coisas que eu havia escrito. Vanderlei e demais leitores, é nessas horas que a gente se sente orgulhoso pelo trabalho que vem desempenhando. Obrigado a todos! E recomendo que leiam o post anterior, se ainda não o fizeram.

Começo o post, depois deste agradecimento, dizendo que no ano passado o blog foi integrado a um projeto maior, dentro do PortalPCO, mas infelizmente o pessoal do desenvolvimento não conseguiu entregar o que era necessário para o projeto do portal funcionar como deveria. A partir de agora então, o blog volta a ser publicado neste endereço e deverá continuar assim. O PortalPCO estará sendo reconstruído e começará a contar com funcionalidades de forma gradual, devendo o blog Xô, Praga! permanecer como um parceiro do PortalPCO, mas de forma independente.

Aos amigos e leitores que apreciam o conteúdo deste blog e que acham as discussões úteis/relevantes, pedimos que avaliem a possibilidade de contribuir com a continuidade do projeto do blog, que tem por objetivo trazer novidades e discussões relevantes aos profissionais do setor de Controle de Pragas Urbanas, de alguma forma tentando fomentar o desenvolvimento do mesmo. Para isso, basta preencher o seu e-mail aqui ao lado direito da página e a contribuição se dá de forma online, sendo encaminhado ao PagSeguro, que é encarregado de fazer os pagamentos de centenas de lojas online com segurança. Agradecemos toda ajuda que seja possível. Caso não deseje fazer qualquer doação mas queira cadastrar seu e-mail para receber avisos de atualização do blog, faça o mesmo procedimento para doação, porém deixando o campo "valor" em branco, seu cadastro será processado, sem ser solicitado o pagamento.

Agora, após esses esclarecimentos, vamos ao tema central deste post. Estive na FEPAM (órgão ambiental aqui no RS) conversando sobre um projeto que estávamos tentando viabilizar para facilitar a questão do licenciamento ambiental aqui no estado, que está bastante difícil de ser obtido. Semelhante à confusão que geraria a RDC 52 com a questão da restrição de localização das empresas, aqui no estado exige-se que os depósitos das desinsetizadoras estejam a no mínimo 15 metros de residências ou outros estabelecimentos. Segundo informações que sempre obtive das empresas daqui, esperava que o pessoal da fiscalização, com quem conversei, fossem pessoas que queriam apenas dificultar a viabilização de empreendimentos. Pelo contrário, eles se interessaram bastante pelo projeto e fizeram alguns esforços no sentido de viabilizá-lo.

Infelizmente, algumas exigências feitas inviabilizaram economicamente o projeto. Mas enfim, uma das coisas que conversamos foi sobre a questão das embalagens e a água da tríplice lavagem ou sobra de calda (ao final vou dar algumas informações de como está essa situação das embalagens de domissanitários). Questionei a eles qual a orientação deles a respeito dessas sobras, se seria melhor a desativação ou a reutilização como base para calda.

Eu particularmente sempre recomendo aos meus clientes que façam a reutilização, mas como uma vez assisti a uma palestra em que era explicada a desativação, achei melhor perguntar para saber qual a opinião deles. Como eu imaginei, eles condenaram a desativação, até mesmo porque seria difícil saber se o inseticida foi mesmo desativado. Comecei a pesquisar sobre o tema da desativação e descobri com muita surpresa que o processo foi sugerido em 1989 por profissionais da área, e o inseticida seria desativado através de hidrólise (água), fotólise (luz do sol) e pela exposição ao meio alcalino (soda cáustica). Até aí tudo [quase] bem.

Ocorre que este processo de desativação foi proposto sem a realização de testes laboratoriais que comprovassem a sua eficácia. O que mais me impressiona é que mesmo assim, ACHANDO que talvez pudesse ser um método eficiente de desativação do inseticida, o processo foi incluído e publicado em um manual de controle de insetos urbanos, amplamente distribuído, e depois disso alguns profissionais referência começaram a divulgá-lo como sendo um método eficaz (como o caso que citei, que ouvi este método em uma palestra).

Ocorre que o próprio autor da proposta reconhece que não foram feitos os testes comprovando que o sistema funcionava e atingia os objetivos, mas as pessoas estão por aí divulgando como se funcionasse. E o que me preocupa mais ainda, ele diz que diversas desinsetizadoras e órgãos públicos utilizam esse sistema de desativação de inseticida. Isso só comprova a idéia que tanto tentamos reverter, de que tem muita gente despreparada atuando (lamentavelmente tem, mesmo).

Infelizmente essas coisas são assim. Mas vamos mudar isso. E o primeiro passo que podemos dar é divulgar que esse método [pelo menos ainda] não é comprovado. Pode até ser que funcione. Mas na verdade não se sabe. Sabe-se lá se não acaba sendo pior, depois dessa misturança toda... Quem sabe um dia possamos esclarecer isso, mas por enquanto, vamos passar adiante que esse método não é recomendável, até termos certeza. E para quem utiliza esse sistema, vamos à reutilização da água como calda!

Conforme eu prometi, eu iria fazer comentários sobre a questão da devolução das embalagens. Há um projeto que está sendo liderado pela ABAS (Associação Brasileira de Aerossóis e Saneantes), junto com 14 fabricantes (Basf, Bayer, Bequisa, Clarke, Dexter Latina, De Sangosse, Fersol, FMC, IharaBras, Pika Pau, Rogama, Server Química, Sumitomo e Syngenta). Neste projeto a ABAS está contratando o InPEV para operacionalizar o sistema de destinação de embalagens de nosso setor. Numa fase inicial, chamado de piloto, será iniciado nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, com um estudo do dimensionamento do sistema necessário para atender à demanda, e proverá as informações que faltam para se discutir a ampliação do projeto a nível nacional. A previsão da duração do piloto é de seis meses. Para a implementação do piloto, está prevista a realização de workshops nestas 3 cidades. Vale lembrar que o prazo dado pela ANVISA na RDC 52 esgotou em junho (eram 18 meses desde a publicação da RDC). É bom saber que começam a surgir as primeiras ações de cunho prático para as desinsetizadoras. Vale também ressaltar que o período desde a publicação da RDC 52 até agora não foi de inércia, desde lá estão sendo realizadas diversas reuniões com os envolvidos (ABAS, fabricantes, InPEV, entre outros).

Finalizando, gostaria de lembrá-los de ajudar a manter o blog no ar... Toda ajuda é bem-vinda! E também, para darem uma olhada em uma iniciativa de um distribuidor aqui do sul, realmente uma coisa inédita no nosso mercado nacional: as palestras realizadas passaram a ser gravadas e posteriormente disponibilizadas no YouTube, podendo ser utilizadas para treinamentos nas empresas: http://www.youtube.com/divepra.

Mando um grande abraço ao Vanderlei Menin, que me deu um feedback sobre o post anterior, e também para o colega Sérgio Ormondes (MT), que assim como eu está investindo na carreira de consultor para empresas e profissionais da área de Controle de Pragas Urbanas, fazendo treinamentos, orientações e provendo soluções de gestão e infra-estrutura que ajudem o desenvolvimento do setor. Muito sucesso a nós, Sergião! E aos leitores, contem conosco, sempre!

Aqui está um link para a descrição do método de desativação proposto (não custa lembrar: não comprovado).

Um abraço a todos bons negócios!